O que você vai aprender
O que é STATIK e por que evita “quadros bonitos, resultados fracos”
Os 8 passos (iterativos) do STATIK
Dicas práticas, exemplos e quais métricas acompanhar
Como evoluir seu sistema Kanban sem “big bang”
Introdução: por que STATIK (e não só um quadro)?
Muitas empresas “adotam Kanban” criando colunas e post-its — e param por aí. Sem olhar o sistema (clientes, tipos de demanda, políticas, gargalos, dependências), a melhoria vira local e frágil.
STATIK é uma abordagem estruturada de pensamento sistêmico que projeta o Kanban a partir do contexto real da organização, alinhando propósito, demanda, capacidade e políticas.
Visão geral do STATIK (mapa dos 8 passos)
Entender fit for purpose (o que é valor para o cliente)
Identificar fontes de insatisfação internas e externas
Analisar a demanda (origem, mix, ritmo)
Analisar a capacidade e o desempenho atual
Modelar o fluxo de trabalho (incluindo esperas/filas)
Definir classes de serviço
Projetar o sistema Kanban (WIP, políticas, cadências)
Implementar e evoluir continuamente
Dica editorial: insira um gráfico simples “8 passos do STATIK” como imagem destacada/infográfico.
Passo 1 — Fit for Purpose: quem servimos e o que valorizam
Perguntas-chave: Quem são os clientes/usuários? Que serviço entregamos? Quais critérios definem satisfação (tempo, confiabilidade, qualidade, flexibilidade)?
Saída prática: objetivos de desempenho (ex.: “atender em até 5 dias com 90% de confiança”).
Passo 2 — Fontes de insatisfação: dores que o Kanban precisa resolver
Levante percepções internas (rework, interrupções, sobrecarga, mudanças de prioridade) e externas (atraso, imprevisibilidade, qualidade).
Saída prática: backlog de problemas priorizados que orienta o desenho do sistema.
Passo 3 — Análise da demanda: o que chega, de onde e com que frequência
Origem: clientes, áreas internas, compliance, sustentação etc.
Mix: features, bugs, débitos técnicos, projetos, incidentes.
Ritmo: taxa de chegada média, sazonalidade, picos.
Saída prática: base para classes de serviço e capacidade necessária.
Passo 4 — Análise da capacidade: o que de fato conseguimos entregar
Métricas atuais: lead time (média/mediana/percentis), throughput, WIP; variabilidade.
Restrições: gargalos, dependências externas, multitarefa, skills raros.
Saída prática: onde limitar WIP e onde atuar primeiro.
Passo 5 — Modelagem do fluxo de trabalho: do pedido à entrega
Mapear etapas reais (inclusive aprovações/esperas) e políticas existentes.
Saída prática: esboço do quadro Kanban (colunas/swimlanes) que reflete a realidade atual.
Passo 6 — Classes de serviço: políticas diferentes para trabalhos diferentes
Exemplos: Expedite (crítico), Padrão, Data Fixa, Intangível (débito técnico).
Saída prática: regras claras por classe (como prioriza, prazos-alvo, exceções a WIP).
Passo 7 — Desenho do sistema Kanban: limites, políticas e cadências
WIP limits nos pontos críticos; pull criteria; Definition of Done/Ready;
Cadências: Replenishment, Daily Kanban, Service Delivery Review, Operations/Flow Review.
Saída prática: quadro inicial + acordos explícitos e métricas a monitorar.
Passo 8 — Implementar e evoluir: ciclos curtos, dados e aprendizado
Comece com o que existe; rode, meça (lead time, throughput, aging WIP) e ajuste.
Saída prática: melhorias evolutivas frequentes; o STATIK vira hábito organizacional.
Mini-case (exemplo rápido)
A “Empresa Z” aplicou STATIK e descobriu:
Demanda imprevisível do comercial (Passo 3) e fila longa em testes (Passo 4).
Modelou o fluxo com aprovação do comercial antes do dev (Passo 5) e criou classe Expedite para pedidos críticos (Passo 6).
Com WIP limitado e acordo dev↔QA (Passo 7), reduziu o lead time em 35% e estabilizou a variabilidade. Seguiu iterando (Passo 8).
Métricas e visualizações recomendadas
Lead Time: média, mediana e P85/P90 para promessas confiáveis
Throughput semanal
Aging WIP (itens envelhecendo por etapa)
CFD (Cumulative Flow Diagram) e Scatterplot de lead times
Erros comuns (e como evitar)
Copiar quadro “bonito” sem entender demanda/capacidade
WIP ilimitado que explode o lead time
Ignorar classes de serviço e tratar tudo igual
Deixar políticas implícitas (gera conflito e recomeços)
Checklist STATIK (para imprimir)
Propósito/cliente definidos
Insatisfações mapeadas
Demanda e mix conhecidos
Capacidade e gargalos medidos
Fluxo real modelado
Classes de serviço acordadas
WIP/políticas/cadências definidos
Métricas e rotinas de evolução ativas
FAQs (SEO)
O que é STATIK?
Uma abordagem de pensamento sistêmico em 8 passos para introduzir Kanban alinhado ao contexto, evitando subotimização local.
STATIK é só para TI?
Não. Funciona em qualquer serviço de trabalho do conhecimento: marketing, RH, jurídico, produto, operações, etc.
Quanto tempo leva para ver resultados?
Quando WIP e políticas ficam explícitos, ganhos de previsibilidade surgem rápido. A maturidade cresce de forma evolutiva.
Preciso de ferramenta específica?
Não. Comece com quadro físico/trello e métricas consistentes. A disciplina vale mais que a ferramenta.
Conclusão e próximos passos
STATIK aumenta radicalmente as chances de sucesso do Kanban porque começa entendendo o sistema — clientes, demanda, capacidade, políticas — e só então desenha o método. Comece pequeno, meça e evolua continuamente.